No Brasil, cerca de 14 mil  brasileiros cometem suicídio por ano; no ambiente de trabalho, indíces são maiores entre trabalhadores rurais e da indústria.

Em 1994, o jovem Mike Emme cometeu suicídio dentro de seu Mustang amarelo. No seu funeral, amigos e familiares distribuíram cartões e fitas amarelas como recordação. Assim, a partir de 2003, o dia 10 de setembro passou a ser marcado como Dia Mundial da Prevenção ao Suicídio e, mais tarde, a cor amarela seria escolhida para representar a causa. 

Com o intuito de ampliar a conscientização acerca do assunto, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), iniciou a campanha “Setembro Amarelo” no Brasil, em 2014. Desde então, anualmente, temas que envolvem a saúde mental das pessoas vêm sendo colocados em pauta com maior atenção pelas instituições brasileiras. 

 

Índices que preocupam

Segundo divulgação do site setembroamarelo.com, são registrados cerca de 14 mil suicídios por ano no Brasil, fora os episódios subnotificados. Isso significa que em média 38 brasileiros cometem autoextermínio por dia, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em pesquisa realizada em 2019.

Dados da OMS ainda revelam que, todos os anos, mais pessoas morrem como resultado de suicídio do que HIV, malária ou câncer de mama – ou guerras e homicídios. Entre os jovens de 15 a 29 anos, o suicídio foi a quarta causa de morte depois de acidentes no trânsito, tuberculose e violência interpessoal.

O tema é um importante problema de saúde pública no mundo, que possui impactos na sociedade como um todo. É um fenômeno complexo, que pode afetar indivíduos de diferentes origens, sexos, culturas, classes sociais e idades. 

 

Saúde mental no ambiente de trabalho

O trabalho é visto como fundamental em nossa sociedade. Mas, apesar de ser fonte de renda para muitos e de realização pessoal para alguns, os ambientes de trabalho podem apresentar fatores de risco à saúde psicofísica dos trabalhadores, podendo causar danos psicológicos, sociais e físicos.

Recentemente, diversos casos de suícidio praticados por motivos relacionados ao trabalho em empresas europeias e norte americanas tiveram repercussão internacional. Esses acontecimentos demonstram uma urgência em todo o mundo: a necessidade de promover a melhoria das condições de trabalho e de valorizar o trabalhador. 

No Brasil, segundo dados do Isma-BR, representante no país da International Stress Management Association, apenas 18% das empresas brasileiras possuem algum programa com foco na saúde mental do empregado. Esses números provam a deficiência do país em priorizar ações de prevenção ao suicídio dentro dos ambientes laborais. 

Com relação aos setores mais afetados, um estudo feito pelo Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC/UFBA), publicado em 2019, mostrou que a taxa de suicídios em 2015 era maior entre trabalhadores rurais, 20,5%, seguido de trabalhadores da indústria, 14,2%. Grupos como servidores de instituições militares, vendedores e trabalhadores de serviços de proteção e segurança, assim como empregadas domésticas, também apresentaram estimativas elevadas.

Portanto, a realidade brasileira demonstra a necessidade de incorporar ações de prevenção no ambiente de trabalho por meio de programas de promoção da saúde e qualidade de vida no âmbito das empresas e instituições. 

 

BUSQUE AJUDA!

Se você está passando por um momento difícil ou conhece alguém que precisa de ajuda, LIGUE 188 – Centro de Valorização da Vida (CVV). Disponível 24 horas por telefone e nos seguintes horários por chat: Dom – 17h à 01h, Seg a Qui – 09h à 01h, Sex – 15h às 23h, Sáb – 16h à 01h. 

Você também pode buscar ajuda em um estabelecimento com atendimento de saúde mental mais próximo. O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza o aplicativo gratuito ConecteSUS e o Mapa da Rede de Atenção Psicossocial, elaborado na plataforma Google Maps.

Lembre-se: tentativa prévia e transtornos mentais são os principais fatores de risco. Caso conheça alguém passando por problemas, apresente essas informações.

Links úteis

 

Por Camila Banhatto, da Redação SON

Com informações de setembroamarelo.com, Veja Saúde, Blog Mizuno, Revista Proteção, PUCRS Online.