BRASÍLIA – Pressionado pelo Congresso, o governo começou na quinta-feira a trabalhar internamente para liberar verbas que assegurem a aprovação dareforma da Previdência na Câmara antes do recesso do Legislativo, marcado para 18 de julho. A Casa Civil já pediu aos integrantes das bancadas para indicar projetos que possam receber recursos nos estados. O governo prometeu a cada parlamentar R$ 10 milhões agora, durante a votação da proposta na Comissão Especial, e mais R$ 10 milhões na apreciação do texto no plenário da Câmara. Outros R$ 20 milhões viriam até o fim do ano.

Além disso, o ministro da Economia, Paulo Guedes, buscou uma aproximação com o Parlamento, para tentar acalmar as pressões dos partidos do centrão.

— O sistema está sendo ajustado e as emendas estão sendo cadastradas para a liberação da verba antes da votação na comissão — disse um parlamentar que pediu para não ser identificado.

Outro deputado afirmou que a demora na liberação das verbas é hoje o principal entrave à tramitação da proposta. Segundo ele, diante da “generosidade”, até mesmo estados e municípios poderiam voltar à reforma. O ingresso dos governos regionais é um dos pontos ainda em negociação.

Sem respeito por Guedes

O líder do DEM na Câmara, Elmar Nascimento (BA), contudo, disse que não vê espaço político para que essa reinclusão aconteça ainda na Comissão Especial que discute a matéria. A participação dos estados na reforma poderia resultar em perda de votos dos partidos que apoiam o governo.

Para o líder da maioria, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), se os entes entrarem na proposta será na votação em plenário, por meio de emenda aglutinativa, e ainda assim será preciso que os governadores mobilizem as bancadas para assegurar os 308 votos necessários.

Matéria: O Globo