A Black Friday deste ano ganhou dose extra de otimismo pelas fabricantes de eletrodomésticos e eletrônicos, que projetam um resultado melhor do que em 2019. A forte recuperação das vendas observada a partir de junho justifica a aposta.

Dados da consultoria GfK mostram que, em julho, o faturamento do varejo com vendas de eletrodomésticos cresceu 49,5% e de eletrônicos avançou 32,3% em relação a igual mês do ano passado.

Com o isolamento e a maioria dos serviços interrompidos, a poupança das famílias cresceu e o dinheiro extra na carteira não foi para as contas de restaurantes ou bilhetes de cinema, mas para comprar fogão novo ou televisão com tela de mais polegadas.

Dona das marcas Brastemp e Consul, a Whirlpool viu que a demanda dormente por eletrodomésticos já se refletiu em bons números no último trimestre de 2019, conta o presidente da companhia, João Carlos Brega. Mas a crise sanitária, que primeiramente assustou, virou uma espécie de “alinhamento dos astros”, nas palavras dele.

Isso porque as medidas de flexibilização trabalhista e o auxílio emergencial ajudaram a preservar renda, enquanto o fechamento dos serviços fez com que as famílias ficassem com mais dinheiro para comprar. “Vivemos um momento muito bom, resta saber se é sustentável”, afirma.