CPI: reverendo chora, fala em ‘doação’ da Davati e diz ‘não se lembrar’ de reuniões, pessoas, fotos e mensagens

O reverendo Amilton Gomes de Paula prestou um confuso depoimento nesta sexta-feira (3), durante sete horas, à CPI da Covid no Senado. Por mais de 20 vezes, ao ser questionado, ele disse não se lembrar de reuniões, mensagens e fotos registradas há poucos meses, no primeiro semestre deste ano (veja abaixo).

Ao longo do depoimento, Amilton Gomes chorou (veja vídeo acima), disse que a instituição comandada por ele tinha “interesse humanitário” na negociação de vacinas e confirmou que a entidade receberia doações, caso o governo federal fechasse negócio com a Davati Medical Supply para a compra de imunizantes.

 

 

 

 

Senadores classificaram o depoimento de “conversa fiada”, disseram que o reverendo tinha interesses financeiros, afirmaram que ele mentiu à CPI e o chamaram de “estelionatário”.

Em vários momentos, os membros da CPI questionaram se o reverendo estava tentando proteger alguém no depoimento, mas Amilton não respondeu.

Amilton Gomes é fundador de uma entidade privada chamada Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah). O reverendo é considerado uma peça-chave na investigação da CPI, que tenta esclarecer como o governo brasileiro negociou a aquisição de imunizantes por meio de intermediários.